Mudança de Hábito

Mês passado tirei uns dias de férias, depois de um ano trabalhando em um projeto muito estressante + pós graduação à noite (está acabando!), e fui passar uma semana em um spa, para relaxar e perder os quilos que ganhei com a comilança compulsiva da ansiedade. Subi na balança e levei um susto tão grande que vocês nem imaginam. Claro que tenho espelho em casa e sabia que estava gordinha, mas gente. Só posso dizer que para chegar ao sobrepeso, preciso perder 15 quilos.

Enfim, é claro que sei que preciso fazer atividade física regular (estamos providenciando), mas o mais importante agora é seguir uma boa dieta. Daí que na saída do spa tive uma consulta com uma nutricionista, meio descrente de mim mesma pois quando se trata de fazer regime meu histórico não é nada favorável.

O problema (e as “gordinhas crônicas” me perdoem por essa) é que eu sempre fui muito magra. Até ter mais de 20 anos eu não sabia nem quanto pesava, e se soubesse também não teria noção de se era muito ou se era pouco. Alienada define. Depois dos trinta e poucos, o que coincidiu com o pós-gravidez mas não necessariamente vejo relação direta aí, começou um processo de ganho de peso constante e passei a precisar pesquisar dietas. Como nunca tive o hábito de restringir minha alimentação, pensei que me adaptaria melhor às alternativas mais “livres”, tipo dieta dos pontos ou Vigilantes do Peso. Cheguei a fazer ambas, em momentos diferentes, com bons resultados no início, mas depois de um tempo parava de emagrecer, me desmotivava, enfim, vocês conhecem o ciclo.

Desta vez, o caminho que escolhi é totalmente diferente. A nutricionista – uma boa profissional, que não se limitou a abrir a gaveta e puxar uma daquelas malfadadas “folhinhas”, – montou uma dieta personalizada, com as coisas que eu gosto de comer e respeitando meus horários. Mesmo incluindo um pequeno chocolatinho por dia, é uma dieta muito hipocalórica, e sei que tenho uma longa estrada pela frente. Pensei que seria muito difícil me adaptar a esse esquema rígido (tipo café da manhã: torrada com queijo minas / almoço: salada, proteína e legumes / lanche da tarde: iogurte / etc.), mas até que nem.

E pensando sobre o quanto está sendo bem menos difícil do que eu imaginava essa adaptação ao rigor alimentar, me dei conta de algumas coisas sobre mim.

Eu não gosto de fazer contas. Donde se conclui que é óbvio que nunca ia dar certo essa ideia de dieta dos pontos.

Eu não sou disciplinada, ou seja, as dietas livres são uma eterna fonte de tentações. Flexibilizar só um pouquinho, só naquele dia, é uma porteira aberta para o bundalelê geral, que em pouco tempo vira o abandono puro e simples da dieta.

Por outro lado, se tem uma coisa que eu sou é obediente. Saber de antemão tudo o que eu posso comer, e que horas, tem sido o melhor controle de ansiedade que eu poderia desejar. De manhã preparo todos os lanchinhos do dia, na hora do almoço no quilo minhas escolhas já estão direcionadas, e o jantar são variações sobre o mesmo tema, o que inclusive facilita tanto na hora de fazer as compras de supermercado quanto na hora de deixar as instruções para a cozinheira.

Por enquanto os resultados estão bastante lentos, mas nem isso está me desanimando. Mesmo sem uma perda de peso significativa, minha disposição geral já melhorou (e muito!), e até a azia diária passou. Já avisei às pessoas com quem convivo que preciso de ajuda, afastando assim os sabotadores de dieta, que existem de montão.

Comida, para mim, é e sempre será um prazer. Mas como já cheguei a uma certa idade, tudo indica que vou precisar mudar algumas coisas. Para melhor.

-Monix-