Auge

Quando fiz 15 anos, recebi um telegrama de uma tia muito jovem – naquela época telegramas serviam como uma mensagem de “zap” em ocasiões alegres ou tristes – que dizia o seguinte: “15 anos. Auge. Aproveite.”

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Eu e Helena nos conhecemos por causa das crias. Em vez de “mães da pracinha”, fomos “mães do boteco virtual”, aquele chamado Mothern. Nossos fridinhos eram pequeninos. Acompanhamos o crescimento de uma e de outro – os primeiros passos, as gracinhas, as dancinhas, os aprendizados, as leituras, as palhaçadas, as fantasias, enfim, vimos a infância passar por eles, tornar-se pré-adolescência e, enfim, tranformá-los nos incríveis adolescentes que eles são.

Estão mesmo no auge, de uma certa forma. Porque a potência que atingimos aos 15 anos é algo que não se repete aos 18, nem aos 21, nem muito menos aos 30 ou 40. Saber que a vida toda está à nossa frente, e que podemos fazer o que quisermos dela, é uma sensação que só se tem nessa idade.

Julia e Vítor fizeram 15 anos em 2017, nesta época louca em que cada vez mais nos parece que tudo o que é sólido desmancha no ar. Eles nos enchem de orgulho e esperança – se toda a geração deles tiver seu entusiasmo, sua confiança, sua criatividade, estamos feitos.

Fridas e fridinhos

Nossos fridinhos já não são mais “inhos”…

 

Hoje é dia dessa menina linda que, posso dizer, vi crescer. Como uma de suas fadas-madrinhas, Juju, te desejo todos os dons do mundo. Use-os bem. :)

-Monix-

 

Juju faz 15

Quinze anos minha filha faz hoje. Quinze anos. Um susto – porque afinal passou depressa (como tudo tem que passar, diz o Gil).

No início não era o verbo, era só presença, em geral calma, e logo, alegre. Não lembro direito quando sentou ou engatinhou, mas sei que sorriu aos dois meses – e não parou mais. E então fez-se a luz.

Uma aventura sem fim, essa de tornar-se mãe, pouco a pouco mas profundamente, como se ao invés de trocar de pele fossem crescendo outras camadas internas. Com ela virei adulta definitivamente (ainda que com recaídas).

Um espanto: como foi que surgiu essa pessoa, onde foi que acertei, o que vem de mim e o que não me cabe nem me diz respeito? É certo que esbarramos no pacote de autoestima na preparação e derramamos demais, mas acertamos em outras medidas. Ou tudo é alquimia e mistério? Jamais saberei, nunca desistirei de descobrir.

Uma graça que eu não canso de agradecer. Uma surpresa recheada de surpresas sucessivas que eu gosto de admirar crescendo e virando quem ela deve ser.

A Vera ontem lembrou um trecho do “Grande Sertão: Veredas”: “O menino nasceu e o mundo tornou a recomeçar”. O meu mundo recomeça cada vez que ela sorri pra mim. Há quinze anos.

Pensando bem, no início o verbo era amar, filha – e para você sempre será.

 

 

Que sejam felizes todos os próximos anos da sua vida.

Helê