O prefeito novo está promovendo blitzen (ui, plural em alemão, gostaram?) e apreendendo carros em débito com o IPVA. Não tive tempo de ler nada sobre o assunto, mas fiquei sabendo que tem mais de 200 carros de luxo retidos até a regularização do imposto.
Querem saber? Achei bem feito.
Nunca pensei que fosse dizer isso, mas estou meio cansada de pagar os impostos em dia, cumprir todas as minhas obrigações cívicas (argh! quem sou eu? uma senhorinha conservadora, hahaha) e ver a cidade se degradando cada dia mais, sem que ninguém faça nada a respeito.
É como eu já disse antes:
Me sinto vivendo num território sem lei. O jeito meio irreverente de quem vive aqui virou desprezo pelas mínimas regras de civilidade. As pessoas não atravessam a rua (faixa de pedestres? O que é isso?), elas se jogam no meio dos carros, e salve-se quem puder. A seta é um item que só serve para fazer os carros serem reprovados na vistoria do Detran – isto é, quando o motorista em questão se dá ao trabalho de levar o carro para fazer a vistoria, o que nem sempre acontece. As calçadas são terra de ninguém: o camelô monta sua barraquinha, o lojista bota seu tapume e faz a obra (por tempo indeterminado), sem se dar conta de que está impedindo a passagem, os motoristas largam os carros, muitas vezes bloqueando as rampas dos deficientes físicos. Todo mundo buzina indiscriminadamente, de dia ou à noite, na frente de maternidades, hospitais. Os pais de alunos fazem fila dupla ou tripla para buscar seus pimpolhos na escola e dão aula de des-cidadania. É tanto caos que às vezes eu me pergunto como é que ainda não entramos em colapso. Ou vai ver o colapso já aconteceu e a gente simplesmente não percebeu, dada a enorme capacidade de adaptação do ser humano.
Continuo aguardando o Supercarioca.
-Monix-
Filed under: O Rio de Janeiro continua lindo |
Aqui em São Paulo quase não tem mais espaço pras pessoas nas ruas, de tanto carro. Agora estou indo trabalhar a pé, uma dádiva, moro num bairro tranquilo, mas tem dias que fico ensaiando pra atravessar a rua porque as pessoas passam na maior velocidade. Mas estive em Belém no final do ano e apesar de ter adorado a viagem, ali sim é que é a verdadeira Terra de Marlboro. Na estrada, ultrapassagem é só pela direita. Conhecemos uma senhora do Mato Grosso, que tinha ido pra lá de carro. Perguntei da estrada e ela me respondeu: “Ah, a Belém-Brasília é ótima, tranquila, não tem um comando policial. A gente veio super bem”. Cheguei à conclusão de que aqui, que o trânsito é o caos mas menos enlouquecido do que o de Belém, as pessoas não são mais educadas. São só mais multadas. Educação não rola, só quando pesa no bolso é que as pessoas respeitam a lei.
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