Não sou uma pessoa ligada a esportes. Por isso, talvez, o melhor seria me abster de me manifestar sobre os Jogos Olímpicos. Mas quem não gosta de dar opiniões não solicitadas e não abalizadas sobre assuntos variados não se mete a escrever um blogue. Então pronto, lá vão meus dois dedos de palpites.
Os comentários que tenho escutado sobre o desempenho do Brasil nos jogos têm sido sobre a decepção com o desempenho dos atletas, que estão todos “amarelando”, que o Brasil tem complexo de vira-lata, e por aí vai. E a conclusão a que todos chegam é que isso acontece porque no Brasil não há apoio ao esporte.
Acho que não concordo nem com uma coisa, nem com a outra. Quer dizer: com a decepção geral não concordo mesmo. As Olimpíadas reúnem atletas de quase duzentos países, e o pódio só tem três lugares. Estar lá já é uma glória. Não me convenço de jeito nenhum com argumentos do tipo “mas o Cielo (ou o Joãozinho, ou a Mariazinha) estava ganhando tudo antes, por que foi perder justo na hora da medalha?” Perdeu porque perdeu, ué. Porque tinha alguém melhor que ele naquele momento. É chato, mas faz parte do espírito esportivo. Para mim, qualquer atleta que chegue a uma competição como essa é digno de toda a minha admiração só por estar ali. Mas talvez esse meu excesso de tolerância a falhas seja justamente o motivo de eu não ligar para esportes, vai vendo.
Já essa história de que no Brasil não existe incentivo a qualquer esporte que não seja futebol praticado por homens do sexo masculino, não sei não. Minha irmã, que entende muito mais do assunto que eu, diz que temos bolsa-atleta e que várias grandes empresas patrocinam esportes variados – o que de fato pode ser constatado pelo número de propagandas que temos visto nessas semanas de Jgos Olímpicos: é uma enxurrada de bancos, Correios, Sadia, e provavelmente muitas outras. Então não sei, talvez não esteja exatamente faltando dinheiro. (Quer dizer, dinheiro sempre falta, mas enfim.) Acho que o que falta mesmo é público. E aí entra uma versão absurda do complexo de vira-lata, que é o seguinte: nós queremos que o Brasil ganhe tudo, mas não a ponto de torcer. Aí fica difícil.
-Monix-
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