TPM – modus operandi

Se eu fosse mais prendada nos audiovisuau, faria um daqueles vídeo no escuro, com minha voz distorcida e legenda, dando meu depoimento “Eu fui vítima da TPM semana passada.” Porque, vejam, a pessoa sofre um ataque – ou fica atacada, depende. Varia muito, cada uma tem a sua. A minha eu já percebi qual é o modus operandi: sorrateira,  se instala sem muito alarde. A irregularidade dificulta a identificação rápida: pode passar meses sem aparecer, até que eu quase me esqueça dela,  ficando, assim, mais vulnerável.  E sua principal característica  é que ela nunca age sozinha: a meliante vai arregimentando medos, carências, inseguranças, frustrações, cada um em seus postos mas todo mundo unido para fazer você se sentir a mais infeliz das criaturas. Aí quando você se dá conta, está rosnado pro mundo, babando na gola  e chorando baldes.

Na verdade, ela é a mais oportunista das vilãs porque só faz reunir os malfeitores para te atormentar a vida. Mas, repare: eles já estavam lá.  Ela não cria nada, só agrupa e intensifica. Manter a vida mais ou menos em ordem, as sessões de terapia em dia, doses regulares de apoio e carinho, uma atitude positiva e  disposta são ações saudáveis e preventivas. Como não é possível acabar com as pertubações da vida, cabe ao menos mantê-las monitoradas para não ampliarem o poder de destruição. Quanto à TPM em si, ela tem um ponto fraco: porque age insuflando outros facínoras, sem armas próprias, perde a força quando desmarcarada. Para mim , logo de depois de checar o calendário e pensar “Acho que …”, pronto, já rola um alívio.

Por isso, ainda e sempre, vale o mantra/canção:  “tudo é uma questão de manter a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo”.  Ou, se preferir, o alerta de Caetano : “É preciso estar atento e forte”.  Escolha, de acordo com a sua.

Helê